sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ABSOLUTO

Há realmente um poder absoluto?
Não, o poder é omisso, logo não absoluto.
O absolutismo não traz a exatidão mas incorpora
medidas exatas de uma conduta.
O que é omisso se esvai e se completa pelo próprio descaso
que lhe preenche neste meio, porque o futuro
talvez não interessa ser tão pleno...no absoluto dessa
verdade desconstituída...omissa...
Tornamo-nos absolutos, então...
Somos nós absolutos?
E dependemos dessa verdade para nos tornarmos perfeitos,
inteiros, plenos, desconstituídos e omissos?
Temos o poder absoluto em nossas mãos e o entregamos
a nós mesmos?
O que queremos?
Nós nos constituímos a verdade?
Constituímos o poder absoluto a nós mesmos para suportar
e sustentar a dinâmica da vida na realidade humana?

Somos tão absolutos assim...e não sabemos?

À que se atribui a necessidade desse poder?

Omite-se a verdade absoluta porque temos receio do que
seria o fim...e se esse não fosse tão pleno...seria objeto
de interesse apenas o meio?
Paramos no meio?
Estagnados nessa dinâmica da vida humana?
Sim...Talvez...
Talvez na minha...na sua verdade absoluta...no exercício
do poder absoluto em sustentar a realidade humana
a que servimos,
escravizados por essa mesma verdade absoluta,
minha e sua
e que não são distintas;
partilhamos do mesmo poder absoluto.

E aqui...estamos...
Uno...
Indivisível...
Partículas diluídas num espaço absolutamente real

Seria a realidade absoluta?
Não
Então por que insistimos em sustentar a verdade absoluta
nesse meio?

Quem é o primeiro?
O segundo?
O terceiro?

Precisamos do começo...
O perfeito, o inteiro...
O pleno...

Não há o que ser absoluto para os humanos...
Não lhes é atribuído este poder...
A verdade não lhes pertence...
nem tampouco o poder para desconstituí-la,
omiti-la ou
apagá-la.
A realidade humana não é absoluta.
A verdade humana não é a verdade absoluta de uma realidade.
A verdade já é por si só a verdade.

A mentira faz vencer o fracasso...
O que se derrota na dinâmica da vida a cada dia...
A vitória que traz a glória aos desafortunados!

E a quem interessa o fracasso?
Interessa a muitos...
Logo há um regozijo na mentira, pois assim são
vitoriosos em promover misérias, mazelas e
os derrotados dinamizam essa vida decadente e precária
a cada dia...
E diante dessas mazelas
acredita-se trazer vitórias aos que mentem e movem
essa decadência na vida humana

E para proteger a mentira se apropriam dos desafortunados
dessa glória ruborizada por vidas que se vão...
ao chão, nas sarjetas...
Tais servem à glória da verdade absoluta que a mentira criou...

Glorificados sois,
pelo perdão,
por muitas vezes não saber o que fazem!


Será assim sempre?
Mentir para dizer a verdade?
Que verdade?

...que reparte e não compartilha?
...que entrega e não doa?
...que usa e não fica?

Onde está a Vida?
A Vida?

Que dinâmica?
Que identidade?
Que realidade humana?

Sem tampouco ser a realidade absoluta?

Que luta nós compartilhamos?
A que luta nos doamos?
E com que ficamos?

Se não se reparte...não há entrega...
só se usa...
e nada fica!


Minha, sua mentira
Minha, sua verdade


O que se reparte?
O que se compartilha?
O que se entrega?
O que se doa?
O que se usa?
O que fica?

Fica...

Estamos aqui!

Cumprindo a mesma dinâmica de vida...

Continuamos assim...

Numa perspectiva escravizada e devotada ao nosso
poder absoluto
...aquele que criamos,
admitimos,
e aceitamos
por muitas vezes ser a nossa própria
verdade absoluta!

...E continuar sendo nós mesmos
...pela nossa insistência em mentir!

Mentir uma verdade...
Tornar verdadeira uma mentira...

Para suportar a vida...

A dinâmica da vida em mazelas...a cada dia

Por não suportar mais!

E o que dizer da emoção...
diante de uma sociedade contemporânea,
a esses seres racionais?

Diluam-se
e partilhem as
emoções da vida

Na razão do viver pleno...
para ser inteiro
e perfeito!

Como perfeitos sois,
desde o começo!


Erica

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