Para Fernando Pessoa, a realidade apresenta-se confinada ao presente.
A Realidade
A análise dos processos mentais e o léxico de conteúdo mais intelectual
do que atento às sensações, desenganam-nos quanto à natureza dessas vivências.
- Consciente/ Inconsciente
- Inteligência Lúcida
São características fortes na obra pessoana.
Na lucidez crítica de Caeiro, a inconsciência seria uma fuga.
Há na obra pessoana:
- Falta de temporalização futura
- Não há apropriação ao passado
- O presente é um abandono ao corpo e à natureza
A absorção do presente vem do desejo da inconsciência.
Nega-se o passado e o futuro.
Há a ilusão da eternidade presente.
No presente, confundem-se passado e futuro.
A matéria reduz-se ao presente.
A matéria é variável e mutável.
Mais uma vez, a recusa da temporalização.
Na obra pessoana há inteligência discursiva.
Para Caeiro, a realidade, a consciência pouco interessa. E a matéria permanece
e assim fica eternamente presente, como o Universo.
Na obra pessoana há o trinômio:
- poesia
- transgressão
- utopia
Pela angústia do tempo, o poeta procura penetrar na inteligência do mundo.
Há, sim, um matiz explicitamente filosófico.
O poeta, muitas vezes, pela inquietação substantiva, recorre à observação psicológica.
E, assim, revela-se um valor paradigmático.
Em seus textos, sem exaltações, nem reptos poéticos, a obra pessoana admite um tom eminentimente
intelectual nas composições.
Não há uma aceitação da temporalidade.
Expressando vagos sentimentos, seus textos, revelam uma perspicácia psicológica vibrátil.
Na obra pessoana observa-se uma consciência lúcida e inteligente.
Destacando-se como principal valor estilístico:
- expressão sutil
- abstrata
- perspicaz
Há também a determinação de se analisar. O desejo de compreender, esquadrinhar, de ver até o fundo.
E é justamente isso que motiva toda a composição pessoana.
E que resulta numa composição:
- serena
- compassada
- medida
- enformada
Por um raciocínio claro, onde as fórmulas abstratas predominam, caracterizando o tom intelectual.
Há a lucidez crítica sempre desperta:
- ironizando a propósito de tudo
- criando o ceticismo
- analisando constantemente
O processo psicológico descrito revela a inadaptação que coloca o sujeito à margem da vida:
" Como alguém distraído
da viagem,
Segui por dois caminhos
par a par.
Fui com o mundo
parte da paisagem;
Comigo fui,
sem ver
nem recordar
Chegado aqui,
onde hoje estou
conheço
que sou diverso
no que informe estou
No meu próprio
caminho me atravesso
Não conheço quem fui
no que hoje sou
Serei eu
porque nada
é impossível
Vários trazidos de outros
mundos, e
No mesmo ponto
espaço/espacial/sensível
Que sou eu,
sendo eu
por estar aqui ?
Serei eu,
porque todo
o pensamento
podendo conceber
bem pode ser,
um dilatado e múrmuro
momento,
De tempos-seres
De quem sou o viver? "
A compreensão da vivência do Tempo
em Fernando Pessoa, exprime a vida falhada.
Na obra pessoana nota-se um intelectualismo que revela
a capacidade de síntese.
Rendo-me às inquietações desta sociedade contemporânea na constante busca pela excelência da Vida! A dinâmica da vida por si só, reflete a direção para a qual a humanidade está conduzindo as suas prioridades, numa incansável busca pelo ideal! Desejo expor em meu blog um conteúdo, que se materialize em palavras escritas, capaz de nomear a liberdade de expressão.E por ela, pontuemos imperativos e indagações em gratidão. Seja bem-vindo! Com carinho, Erica
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