sexta-feira, 6 de maio de 2011

Anotações sobre Fernando Pessoa - A Vivência do Tempo

Anotações sobre Fernando Pessoa
A Vivência do Tempo

Carpe Diem
representa a eternidade do presente

" A chuva é miúda e vazia...
  A hora sabe a ter sido."

A substantivação do verbo revela a análise intelectual
e acentua a idéia de passado de modo habitual

" E assim a Hora passa metafisicamente."

A Hora Absurda é o primeiro exemplo e o próprio título encerra a idéia de poesia.

Conceitua o sentido de poesia.

Na sua poesia, faz-se referência a coisas que não existem, e tais elementos
se tornam coeficientes da realidade:
- condicionadas
- hipóteses
- desejo

À propósito de D.João - o primeiro -

" O homem e a hora
   são um só
  Quando Deus faz
  e a história é feita."

A realidade, para Fernando Pessoa, seria a realidade do momento;
não necessariamente a recusa do futuro,
mas a resignação.

Para Fernando Pessoa
" A natureza é só uma superfície. "

" Porque me falta a simplicidade divina
de ter sido só o meu exterior. "

Para Fernando Pessoa, arealidade é a ausência de cuidados no futuro.
Não se tem ambições, nem desejos.
Esse bucólico consiste na negação do tempo.
O passado e o futuro quase não existem.
O presente vem a ser um tempo da sensação.
Logo, para Fernando Pessoa, a realidade é confinada ao presente.
Quando F. Pessoa discursa sobre a realidade há uma análise.
F. Pessoa se refere ao tempo com letra  T (maiúscula) em relação a sua intensidade.
Assim como o Mar.  ( letra M  -  maiúscula )

O paradoxo desfaz-se facilmente:
O eterno retorno é o tempo da Natureza mas o tempo humano é sempre
o eterno devir alheio e irreversível.

Alberto Caeiro não afirma a ausência de inquietação temporal apenas através do eterno retorno.

A declaração de ser sempre igual a si mesmo, invulnerável à usura do tempo, tem no contexto da poesia pessoana  um sentido quase provocatório, tal como a total ausência de angústia.

Fernando Pessoa só admite o tempo objetivo, o tempo cósmico; e não o tempo humano, o tempo subjetivo.

" Passo e fico, como o Universo."

No tempo cósmico, o tempo da  natureza, o passado ( como o futuro ) parece não existir.

Fernando Pessoa, sentindo-se separado, perdido do que fora no passado, e inteiramente
desinteressado do futuro; o tempo surge como uma sucessão, um tanto absurda, de instantes
sem relação aparente uns com os outros.
Na medida em que o poeta sentia uma utopia, e na medida que a anuncia, antevê um paraíso futuro
imaginado como um estado final de perfeição, não sujeito já a evolução do tempo, mas visto como
alguma coisa de inacabado. O termo de toda uma longa caminhada, e parece encontrar aí a aspiração, ainda que inconsciente, à eternidade situada nos tempos que hão de vir.

" E assim a hora passa/ Metafisicamente."
( Letra M maiúscula ) intensidade

O intelectualismo de Pessoa funciona como principal valor estilístico, criando imagens nítidas
para significar a ilusão.

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